"Sem dúvida Elizabeth Bathory pode ser considerada uma legítima vampira devido à sua “fascinação” por sangue e sua busca para o nunca envelhecer.
Era de uma crueldade indescritível. Certamente se Elizabeth tivesse conhecido o nosso famoso Conde Vlad Tepes( Drácula ), eles seriam almas gêmeas e a época teria perdido muitas vidas vítimas de suas crueldades."
A família Bathory era uma das mais ricas e poderosas famílias protestantes em toda a Hungria.
Nela existiam dois dos mais importantes príncipes reinantes na Transilvânia, um vasto número de heróis de guerra, oficiais da igreja na Hungria e até mesmo um grande construtor de impérios, Stephen Bathory, príncipe da Transilvânia e rei da Polônia.
Foi nessa família que nasceu Elizabeth Bathory, no ano de 1560. Uma mulher conhecida por sua beleza, uma das mais belas da época. Também tivera um ótima educação, era inteligente, falava alemão, latim e húngaro fluentemente, chegava a ser mais inteligente que muitos homens e até príncipes de seu tempo. Mas como diz o ditado, quem vê cara não vê coração. Elizabeth era uma mulher cruel, cometeu inúmeras atrocidades.
Suas atitudes desumanas são atribuídas a traumas de infância.
Por volta dos 6 anos, Elizabeth teria visto um cigano, que foi acusado de vender crianças, ser colocado por soldados dentro da barriga de um cavalo, depois a barriga foi costurada e o cigano lá ficou para morrer.
Outro fato seria de que ela Elizabeth viu suas duas irmãs sendo mortas e estupradas durante um ataque ao castelo. Um verdadeiro massacre de onde poucos escaparam.
Em 1571, Elizabeth ficou noiva de Ferenc Nadasdy, de uma famíla prestigiada, mas não tão rica quanto a Bathory. Na época do noivado Ferenc tinha 16 anos, e Elizabeth 11.
Casou-se em 1575, em um grande acontecimento onde até mesmo o Santo Imperador Romano Maximian II foi convidado. Elizabeth e Ferenc tiveram 4 filhos, três meninas e um menino depois de 10 anos de casamento.
Ferenc era um grande guerreiro, por isso precisava ficar longos períodos longe de casa deixando o castelo e os criados aos cuidados de sua esposa. Os métodos de disciplinar os criados eram atos de extrema tortura. Elizabeth espetava alfinetes nos lábios e unhas das criadas. Costumava também arrasta-las pela neve onde ela ou suas aias jogavam água fria nas moças até que morressem congeladas.
Durante a ausência do marido, Elizabeth começou a desenvolver outros gostos. Visitava freqüentemente uma tia lésbica muito conhecida de nome Klara. Esta sempre tinha a disposição muitas belas garotas e influenciada pela tia, Elizabeth participava sempre de suas orgias.
Em 1604 faleceu o Conde Ferenc Nadasdy . Não se sabe se ele tinha conhecimento das atrocidades que sua esposa cometiia, mas sim de que ele também participava das elaborações de tortura, nunca chegando a ponto de matar os criados como Elizabeth costumava fazer.
Em cartas de Elizabeth para a família nota-se que era extremamente carinhosa com os filhos e marido, o contrário do que acontecia com os seus criados.
Segundo historiadores, a morte do Conde fortaleceu ainda mais o lado sanguinário da Condessa.
A uma lenda que diz que durante um passeio Elizabeth insultou uma senhora idosa dizendo que sua aparência era repulsiva. A senhora respondeu: "Cuidado, ó vaidosa, em breve ficarás como eu e depois, o que farás?"
Esta foi outra razão apresentada para justificar a obsessão de Elizabeth com a idade e envelhecimento, apesar de não haver evidências em nenhum documento que comprove este evento.
Segundo a história, a prática sanguinária de Elizabeth começou quando uma criada acidentalmente puxou o cabelo da Condessa enquanto o estava a pentear.
Elizabeth instintivamente bateu na moça com tanta força que a mesma começou a sangrar, fazendo com que o sangue espirrasse para a mão da Condessa.
A princípio Elizabeth ficou enraivecida e apanhou uma toalha para limpar o sangue, mas subitamente reparou que à medida que o sangue ia secando a sua pele parecia ter retomado a mesma brancura e jovialidade da pele das jovens camponesas.
Embora pareça que ela nunca tomou banho em sangue de raparigas, vários relatos mostram que ela as torturava de tal maneira que ficava ensopada no seu sangue e tinha que trocar de roupa antes de poder prosseguir. Elizabeth poderia ter continuado com esta moda de torturar criados até à morte, à sua vontade e indefinidamente, porque até os clérigos naquele tempo consentiam que os nobres tratassem os seus criados da maneira que quisessem, por mais cruel que essa fosse e legalmente não diziam nada.
A Condessa não estava só em suas maldades, junto a ela existia um sevo, Ficzko a ama dos seus filhos, Helena Jô, Dorothea Szentos (Dorka) e Katarina Beneczky, uma lavadeira. Entre os anos de 1604 e 1610 uma misteriosa mulher de nome Anna Darvulia, que provavelmente era amante de Elizabeth, juntou-se a ela e ensinou-lhe novas técnicas de tortura.
Este é o relato de uma das atrocidades cometida por esse grupo:
"...uma rapariga de 12 anos chamada Pola conseguiu escapar do castelo, mas Dorka, ajudada por Helena Jo, apanhou a assustada rapariga de surpresa e levou-a à força para o castelo de Csejthe.
A Condessa recebeu a rapariga no seu retorno. Estava furiosa, novamente. Avançou para a rapariga e forçou-a a entrar numa espécie de jaula. Esta jaula foi construída com a forma de uma grande bola, demasiado estreita para ser possível uma pessoa sentar-se e demasiado baixa para se poder permanecer em pé.
Uma vez posta a rapariga lá dentro a jaula era erguida por uma roldana e dezenas de espigões ressaltavam de dentro dela.
Pola tentou não ser apanhada pelos espigões, mas Ficzko manuseou as cordas de modo a que a jaula oscilasse para os lados. A carne de Pola ficou desfeita.
Com a morte de Darvulia, por volta dos 40 anos de Elizabeth, esta tornou-se ainda mais descuidada. Era Darvulia que se certificava que as vítimas seriam apenas camponesas e que nenhuma rapariga da nobreza era levada, mas com a sua morte e também com as dúvidas das camponesas acerca das maravilhas do castelo Csejthe, Elizabeth começou então a escolher raparigas da baixa nobreza. Sentindo-se sozinha, a Condessa juntou-se à viúva de um fazendeiro da cidade vizinha de Miava. O nome dela era Erzsi Majorova. Aparentemente foi ela que encorajou Elizabeth a ir atrás de raparigas de berço nobre para além de continuar a sua busca entre as camponesas.
Elizabeth teve de vender dois de seus castelos já que uma não foi paga a ela uma dívida pendente.
Isso chamou a atenção do seu primo, o Conde Thurzo que reuniu o restante dos Bathory para exilar Elizabeth, só que isso não deu certo.
Em 1610 alguns camponeses avistaram os criados de Elizabeth jogando os corpos de suas vítimas das muralhas do castelo. Este ato foi informado aos oficiais do rei e Thurzo obrigado a fazer algo a respeito da situação.
A 29 de Setembro de 1610 foi efetuado o ataque ao castelo Csejthe.
Não houve necessidade de fazer um ataque noturno e de surpresa, pois ao longo dos anos, as evidências dos crimes de Elizabeth foram-se acumulando.
Quando o grupo de ataque chegou à mansão senhorial de Elizabeth, encontraram um corpo de uma criada espancada logo na entrada.
Elizabeth e os seus cúmplices não se tinham preocupado em enterrar o corpo.
Dentro da casa, os nobres depararam-se ainda com os corpos de mais duas raparigas, pelos vistos muito marcadas pelas torturas e uma delas encontrava-se ainda viva.
Os cúmplices de Elizabeth foram julgados e cada um teve sua sentença no ano de 1611. As testemunhas haviam dito que o número de mortes executadas pela Condessa girava em torno de 30 a 60. Porém uma nova testemunha surgiu e revelou uma lista ou registro , feita pela Condessa onde a própria revelava o número de garotas mortas até então. Foram 650.
Elizabeth foi a única a não ser levada a corte, sua sentença foi dada pelo próprio Thurzo:
"Tu, Elizabeth, és como um animal" - disse ele - "estás nos últimos meses da tua vida. Não mereces respirar o ar nesta terra, nem ver a luz do Senhor. Irás desaparecer deste mundo e nunca mais irás aparecer. As sombras irão encobrir-te e terás tempo para te arrependeres da tua brutal vida. Condeno-te, Senhora de Csejthe, a seres aprisionada perpetuamente no teu próprio castelo."
Trabalhadores foram chamados para tapar as janelas de cima a baixo com tijolos e a porta do quarto de Elizabeth no castelo de Csejthe onde ela passaria o resto da sua vida. Existiria apenas um pequeno orifício por onde passaria a comida e ainda algumas fendas para a ventilação.
Adicionalmente, quatro forcas foram construídas nos quatro cantos do castelo para demonstrar aos camponeses que justiça havia sido feita.
Em agosto de 1614, um dos carcereiros da condessa, sabendo da reputação da mulher, quis ver se ela ainda continuava sendo a tão bela Elizabeth, foi então que espremendo-se pelo orifício na parede, ele a encontrou no chão, morta aos 54 anos de idade.
Esse foi o fim de Elizabeth Bathory, a Condessa Sanguinária.
[retirado do site - http://vultosnanoite.vilabol.uol.com.br/elisa.htm]